O apóstolo Gerdal Costa da Silva, pastor e presidente da Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus, a esposa, bispa Seuma Costa, e o filho, Gerdal Junior, foram presos há uma semana em Maringá, no Paraná, acusados de integrarem uma quadrilha que submetia crianças e adolescentes a jornadas de trabalho análogas à escravidão.
Em depoimento na última terça-feira (27), adolescentes disseram que eram atraídas para vender pizza em igrejas da cidade e municípios vizinhos para o pastor, que alegava que a ação seria uma obra divina e que o dinheiro seria para o tratamento de pessoas com câncer.
Segundo a polícia, além das crianças e adolescentes que vendiam pizza, uma das vítimas, de 13 anos, foi tirada dos pais para trabalhar como empregada doméstica na casa do apóstolo.
Ao tentarem resgatar os filhos, os pais eram ameaçados pelo pastor com uma pistola 9 milímetros, que foi apreendida pela polícia.
“Fui lá como voluntária porque eu me sensibilizei com a história. Como voluntária da obra de Deus, eu fui lá, carregar, vender pizza. Eu só conseguia carregar cinco pizzas, eles me fizeram carregar dez”, relatou uma adolescente vítima, acrescentando que os acusados diziam que ela era “fraca” e a humilhavam com trechos da bíblia “pra me fazer sentir incapaz”.
Segundo a adolescente, os pastores agrediam e humilhavam um outro menino, chamando-o de “porco” e “imundo”.
Bolsonaro
Preso preventivamente, o autoproclamado apóstolo Gerdal Costa fez um duro sermão no dia 24 de outubro de 2018, às vésperas do segundo turno da eleição presidencial, na defesa do então candidato Jair Bolsonaro.
De maneira cenográfica, Gerdal diz que “um homem pode salvar você, mas um ladrão pode levar o Brasil pro lado errado, ou pode virar uma Cuba”.
Após ameaçar os fiéis, induzindo o voto, o pastor diz que Bolsonaro vai “por ordem na casa”. “E pode ter certeza que vai haver prosperidade”.
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Revista Fórum