O presidente do PT Bahia, Éden Valadares, disse, nesta segunda-feira (27), que a adesão de prefeitos oposicionistas na base petista se deve ao estilo de liderança do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Segundo o dirigente partidário, o trabalho, a atenção e o respeito demonstrados pelo gestor têm sido determinantes para que líderes políticos, antes alinhados ao vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, mudem de lado político.
Entre os novos aliados estão sete prefeitos que anunciaram publicamente o compromisso com a reeleição do governador em 2026. Confira os nomes:
• Fabrício Abrantes (Avante), prefeito de Brumado;
• Nal Azevedo (Avante), prefeito de Guanambi;
• Mario Galinho (PSD), prefeito de Paulo Afonso;
• Dr. Léo (MDB), prefeito de Buritirama;
• Miltinho do Axé (PSD), prefeito de de Coaraci;
• Rick de João Lulu (Avante), prefeito de Brejões;
• Dr. Fabiano (PP), prefeito de Piraí do Norte.
Éden diz que “Bahia não é posse e nem será herdada por ninguém”
Sem mencionar o nome do ex-prefeito de Salvador, Éden Valadares afirmou que “ao contrário da postura de alguns, a Bahia não é posse e nem será herdada por ninguém”. “Para conquistar o carinho, a confiança e o voto do povo baiano, é preciso humildade, diálogo e muito trabalho. Conhecer o Estado e gostar das pessoas, ter identidade e orgulho do nosso povo. E isso Jerônimo tem de sobra. Todo mundo valoriza o trabalho, a atenção e o respeito do governador, seja a população como um todo ou os prefeitos e prefeitas”, bradou.
Nova cultura política
Segundo Éden, desde a vitória do PT no governo estadual, em 2006, com Jaques Wagner, o partido implementou uma nova abordagem na política baiana, baseada em diálogo franco e honestidade nas relações. Para ele, essa cultura política segue sendo um dos pilares das gestões petistas na Bahia.
“Com Wagner e Rui Costa, inauguramos uma forma de governar pautada pela conversa direta, respeito e atenção à sociedade, à imprensa e aos agentes políticos. Após as eleições, a disputa política se encerra, e passamos a governar para todos, buscando melhorias para todos os municípios, independentemente de quem os administra”, destacou.
O dirigente estadual também comparou o estilo de governar do PT ao de ACM Neto, afirmando que o partido adota uma liderança que valoriza o trabalho coletivo e o respeito. “Há quem ache que ser líder é o mesmo que ser chefe, que as pessoas têm obrigação de seguir por causa do nome ou sobrenome. Nós não. Nossa fórmula é trabalho, trabalho e mais trabalho, sempre com atenção aos aliados e respeito com todos”, concluiu.
Baixas na base de ACM Neto refletem mudanças no cenário político
Um dos episódios mais emblemáticos da recente migração para a base de Jerônimo Rodrigues foi a adesão do prefeito de Brejões, Rick de João Lulu (Avante). Após ter apoiado ACM Neto nas eleições de 2022, Rick se reuniu com Jerônimo em Salvador, onde anunciou sua aliança política com o governador e apresentou demandas do município. Durante o encontro, Jerônimo autorizou a entrega de recursos importantes para Brejões, como dois ônibus escolares, duas ambulâncias, um veículo para Tratamento Fora do Domicílio (TFD), equipamentos hospitalares, um kit odontológico e um trator destinado à agricultura familiar.
Além disso, o governador discutiu estratégias para enfrentar os estragos causados pelas fortes chuvas que atingiram a região. Rick destacou a abertura ao diálogo e a sensatez de Jerônimo como fatores decisivos para sua decisão. “O governador Jerônimo é muito sensato e aberto ao diálogo. Já havíamos conversado antes do pleito e, agora, reafirmamos essa parceria. Vamos seguir juntos, firmes, por uma Bahia melhor e uma Brejões melhor para o nosso povo”, declarou o prefeito, acompanhado de secretários e vereadores.
Zé Cocá e reaproximação com base petista
Outro movimento que chamou atenção foi a reunião entre o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), e Jerônimo Rodrigues. Apesar de ter rompido com o PT em 2022 e apoiado ACM Neto, Zé Cocá discutiu com o governador investimentos para áreas como saúde, educação e segurança no município, sinalizando uma possível reaproximação com a base petista.
Historicamente aliado do PT e com laços estreitos com o ex-governador Rui Costa, Zé Cocá se afastou da base governista em função de mudanças no cenário político estadual. No entanto, sua recente aproximação com Jerônimo reforça os desafios internos do PP, partido que atualmente está dividido, com deputados votando a favor dos governos estadual e federal.
Zé Cocá, que foi reeleito em 2024 como o prefeito mais votado da Bahia, segue sendo uma peça central no tabuleiro político estadual, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. Sua posição definitiva – se permanece na oposição ou adere à base de Jerônimo – será crucial para os próximos desdobramentos eleitorais na Bahia.
